Communitas | Último Tipo

Circo de Latão

Uma menina de uma pequena cidade do interior se surpreende com a chegada de um circo. Encantada com o acontecimento, ela se aproxima da Cantora, do Cara Bem Legal que Fazia de Tudo um Pouco, e do Palhaço. Passa a encher dois latões de água que abastecem o circo e, assim, recebe ingressos para assistir aos espetáculos.

Porém, ela descobre que este é um circo diferente, onde um mágico farsante faz desaparecer quase todas as atrações e não sabe trazê-las de volta. Este é o grande drama dos artistas. Mas, ao contrário deles, apegados às estruturas e aos padrões preestabelecidos (visão dos adultos), a menina não sente falta do que desapareceu, vê apenas a beleza e a magia que seus novos amigos são capazes de proporcionar com o que têm em mãos.

E é esta a visão que por fim predomina e que desperta nela a vontade de se tornar artista. E, à medida que a amizade e a confiança aumentam, ela resolve abrir o jogo e pedir para ir embora com eles. Porém, ela é apenas uma criança e não pode deixar sua família. Então, seus novos amigos ajudam-na a perceber que ela já era feliz antes do circo chegar.

Aos domingos, a principal atração do circo é uma peça teatral. Nela, a Fada das Formas, que é responsável pelas formas existentes no mundo, é visitada por um matador de mosquitos muito sem graça, o qual quer ser transformado em palhaço. Mas a fada logo o convence de que mudar a natureza das pessoas não costuma dar bons resultados. Explica que uma vez fez isso transformando um professor em mágico, e este foi para um circo e fez desaparecer tudo, até ele mesmo.

Circo de Latão reúne, além de composições inéditas, canções de autores de vanguarda, como “O Nome disso” (Arnaldo Antunes) e “Vamos Passear de Carro” (Grupo Rumo), e autênticas músicas de circo como “Todo Mundo Vai ao Circo” (Batatinha) e “O Palhaço Baiano” (Domínio popular). O repertório tem ainda “O Pato Pateta” (Vinícius de Moraes) e adaptações do folclore.

No cenário, junto à lona do circo, que é tecida com calças jeans tingidas, dois latões grandes completam o ambiente, e é dali que surgem personagens, adereços e vários efeitos surpreendentes. Considerada pela crítica uma das melhores produções de Campinas de 1998.

Trajetória

Criado e montado em 1998, o espetáculo foi considerado pela crítica campineira como uma das melhores montagens do ano. Desde então, foi apresentado em diversos palcos, como SESC Campinas, SESC Araraquara, SESC Santos, Festival de Inverno de Amparo (SP), Campos do Jordão (SP), Projeto Circolando (Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí/SP), Teatro Confraria da Dança (Campinas), Centro de Convivência Cultural de Campinas, Centro Cultural Evolução (Campinas), Espaço Cultural CPFL (Campinas), Projeto Teatro nas Escolas, dentre muitos outros.

Fez parte, ainda, da programação do Projeto Recreio nas Férias, da Secretaria de Educação de São Paulo, de 2001 a 2004. Em 2008, foi selecionado pelo Circuito de Artes da Secretaria de Educação de Goiânia (GO) para ser apresentado para as escolas municipais. Também foi premiado pelo FICC (Fundo de Investimentos Culturais de Campinas), através do projeto Reciclando a Cena, em 2007. Em 2017, fez parte da Mostra de Repertório Infantil do Último Tipo no SESC Vila Mariana, em São Paulo.

Duração: 50 minutos

Ficha Técnica

Elenco
Déo Piti: Percussão e voz – Personagem: Palhaço
Lóra Brito: Percussão e voz – Cantora
Jara Carvalho: Violão e Voz – Personagem: Cara Bem Legal e Matador de Mosquitos
Velú Carvalho: Personagem: Menina e Fada das Formas

Texto: Velú Carvalho
Direção: Déo Piti
Iluminação: André Salvador